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Incompatibilidade sanguínea na gestação: como prevenir complicações?
Publicado em 13/06/2025

A gestação é um período que exige muitos cuidados e acompanhamentos médicos para garantir a saúde da mãe e do bebê. Um dos pontos cruciais que merecem atenção é a compatibilidade entre os tipos sanguíneos dos dois. Quando há incompatibilidade, principalmente em relação ao fator Rh, podem surgir riscos importantes durante a gravidez e após o nascimento.
Em casos de incompatibilidade sanguínea, o sistema imunológico da mãe pode reconhecer as células sanguíneas do bebê como um corpo estranho, desencadeando a produção de anticorpos que atacam essas células e causando reações potencialmente graves. Mesmo que o problema nem sempre se manifeste na primeira gestação, ainda pode provocar complicações sérias em gestações futuras se não for identificado e tratado corretamente.
Por isso, é fundamental compreender o que é a incompatibilidade sanguínea, quais são os riscos e como prevenir possíveis complicações por meio de exames e intervenções médicas no pré-natal. A seguir, você confere tudo o que precisa saber sobre o tema.
O que é incompatibilidade sanguínea entre mãe e bebê?
A incompatibilidade sanguínea ocorre quando a mãe e o bebê possuem tipos sanguíneos diferentes, e essa diferença pode levar o organismo materno a produzir anticorpos contra as células do sangue fetal.
O tipo mais comum e preocupante é a incompatibilidade pelo fator Rh. Esse problema acontece quando a mãe tem sangue Rh negativo e o bebê tem sangue Rh positivo, herdado do pai. Nesses casos, o sistema imunológico da mãe pode reagir à presença do sangue Rh positivo como se fosse uma ameaça, criando anticorpos que atravessam a placenta e atacam as células sanguíneas do bebê. Essa condição é conhecida como doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) ou eritroblastose fetal.
No Brasil, estima-se que 10% das gestantes que não possuem o fator Rh.
Quais são os riscos da incompatibilidade Rh na primeira gestação?
Na primeira gestação, a incompatibilidade sanguínea do sistema Rh geralmente não causa problemas graves para o bebê. A placenta protege o feto dos anticorpos maternos que podem ser produzidos durante a gravidez.
No entanto, se houver contato do sangue do bebê com o da mãe (por exemplo, durante o parto), a mãe pode desenvolver anticorpos contra o fator Rh positivo. Com isso, gestações futuras podem ser comprometidas, pois o organismo da mãe pode começar a produzir anticorpos anti-Rh.
Esses anticorpos podem causar anemia grave no bebê, icterícia intensa, insuficiência cardíaca e, em casos mais severos, levar ao óbito fetal. Por isso, a prevenção é essencial para evitar que a incompatibilidade gere complicações de saúde tanto para o bebê quanto para a mãe
Como prevenir as complicações da incompatibilidade sanguínea?
A prevenção começa com um pré-natal bem conduzido. Abaixo estão os principais cuidados recomendados para gestantes com risco de incompatibilidade sanguínea:
Exame de tipagem sanguínea e fator Rh
Durante o início do pré-natal, a gestante realiza exames laboratoriais para identificar o tipo sanguíneo e o fator Rh. Se a mãe for Rh negativo, é feito também o Teste de Coombs indireto, que verifica se há presença de anticorpos anti-Rh em seu organismo.
Aplicação da imunoglobulina anti-D
Quando a gestante tem Rh negativo e o Teste de Coombs é negativo, o médico pode indicar a aplicação de uma dose de imunoglobulina anti-D entre a 28ª semana de gestação. A imunoglobulina também deve ser aplicada até 72 horas após o parto, caso o bebê nasça com Rh positivo. Esse procedimento evita que a mãe desenvolva anticorpos contra o fator Rh, protegendo futuras gestações.
Acompanhamento com exames periódicos
Gestantes Rh negativas devem realizar acompanhamento constante, com exames de sangue que avaliem a presença de anticorpos e ultrassonografias que monitorem a saúde do feto. Em casos de incompatibilidade confirmada, o tratamento pode incluir transfusões intrauterinas ou intervenções específicas durante e após o parto.
A incompatibilidade ABO também oferece riscos?
A incompatibilidade sanguínea do sistema ABO também pode ocorrer durante a gestação, embora, na maioria das vezes, seja menos grave do que a incompatibilidade pelo fator Rh. Esse tipo de incompatibilidade acontece principalmente quando a mãe tem sangue do tipo O e o bebê herda o tipo A, B ou AB do pai.
Isso ocorre porque pessoas com sangue tipo O possuem naturalmente anticorpos anti-A e anti-B em sua corrente sanguínea. Esses anticorpos podem, em alguns casos, atravessar a placenta e atacar as hemácias do bebê, provocando a destruição das células vermelhas do sangue fetal.
Diferentemente da incompatibilidade Rh, a incompatibilidade ABO pode afetar até mesmo a primeira gestação, já que os anticorpos anti-A e anti-B já estão presentes no organismo da mãe antes da gravidez. No entanto, as reações tendem a ser mais brandas e, na maioria das vezes, não geram complicações sérias durante a gestação.
Em casos mais intensos, o bebê pode nascer com icterícia neonatal, caracterizada pelo amarelamento da pele e dos olhos, causado pelo acúmulo de bilirrubina no sangue. Essa condição costuma ser tratada com fototerapia, um procedimento simples e eficaz que ajuda a eliminar o excesso de bilirrubina do organismo do recém-nascido.
Embora não seja comum que a incompatibilidade ABO cause quadros graves como a doença hemolítica perinatal associada ao fator Rh, é importante que seja diagnosticada e acompanhada pelo pediatra logo após o nascimento. Isso garante que qualquer sinal de anemia ou icterícia seja identificado e tratado precocemente, evitando complicações.
Priorize um Pré-Natal Completo e Seguro
A incompatibilidade sanguínea na gestação é uma condição que pode ser facilmente monitorada e controlada com o suporte médico adequado. O diagnóstico precoce e as medidas preventivas, como o uso da imunoglobulina anti-D, são fundamentais para garantir uma gravidez segura e saudável.
Por isso, realizar o pré-natal corretamente e seguir todas as orientações do obstetra é o melhor caminho para proteger a sua saúde e a do seu bebê. Em caso de dúvidas, converse com seu médico e solicite os exames necessários para identificar possíveis riscos desde o início da gestação.
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